Eu sou Carlos Latuff, cartunista e fã ferroviário. O propósito desta página é compartilhar com os internautas uma seleção das melhores imagens produzidas durante minhas expedições ferroviárias. Os registros aqui publicados podem ser reproduzidos pelos interessados, com tanto que para fins não-comerciais de informação, citando a fonte (por gentileza). Sou também colaborador do sítio www.estacoesferroviarias.com.br, de autoria do pesquisador Ralph Mennucci Giesbrecht, a página mais completa da Internet sobre estações ferroviárias brasileiras.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Antigos anúncios ferroviários

Trago para os fiéis internautas deste blog dois anúncios publicitários, publicados na revista e no almanaque Eu Sei Tudo, datados de 1956 e 1958, respectivamente. O primeiro sobre a ligação ferroviária Rio-Belo Horizonte (Vera Cruz) e Rio-São Paulo (Santa Cruz). O segundo, sobre o serviço rodoferroviário da Estrada de Ferro Leopoldina. Agradeço a gentileza do Sr. Jorge, proprietário da Livraria Elizart, que me permitiu fotografar estas preciosidades. Aproveito para convidar os internautas a conhecer "um dos melhores e mais completos sebos do Brasil", que fica na Av. Marechal Floriano 63, Centro, RJ, Tel./Fax: (21) 2263 7334, 2233 6024 e 2253 5201, correio eletrônico livrariaelizart@bol.com.br, sítio http://www.elizartlivros.estantevirtual.com.br.

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domingo, 17 de janeiro de 2010

Viagem do medo

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Hoje completam-se 7 anos de minha primeira viagem pela Estrada de Ferro Vitória a Minas. Me lembro bem de quando cheguei na estação ferroviária em Belo Horizonte vindo do Rio, de manhã bem cedo, na companhia da amiga Luciane Ribeiro. Chovia muito, sem parar. Minas Gerais sofria com as tempestades de verão. Mas como eu e Luciane já havíamos combinado esse passeio há algum tempo, decidimos encarar a aventura mesmo com chuva. Era nossa primeira viagem de longo percurso a bordo de um trem, e estávamos entusiasmados.

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Era pra ser uma viagem tranquila, se não fosse pela água que não cessava de cair do céus. Os barrancos ao longo da linha desmanchavam feito paçoca. Havia o risco das composições serem atingidas pelos desmoronamentos. Durante o percurso, o chefe do trem, pelo auto-falante, numa tentativa de acalmar os passageiros, pediu a todos paciência e que rezassem para que chegássemos sãos e salvos ao destino. Aquilo me soou quase como uma extrema unção, mas enfim...



Por algumas vezes o trem foi obrigado a parar, seja por uma encosta que desabou bem a nossa frente, seja pelo nível da água que em alguns trechos já alcançava os trilhos. Quando passávamos pelos gigantescos viadutos, era possível ver a fúria da correnteza explodindo em seus pilares. No horizonte, residências humildes praticamente engolidas pela água barrenta.

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O trajeto inteiro foi feito debaixo de chuva, ora fraca, ora forte, mas sempre constante. Momentos de tédio com a composição parada, momentos de contemplação ao observar a paisagem em movimento pela janela. A despeito do frio na espinha, curtí bastante a viagem. Chegamos em Vitória no começo da madrugada, com várias horas de atraso. Sãos e salvos. As preces do chefe do trem foram atendidas enfim.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Verão infernal

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Vejo essa foto que tirei em 2002, próximo a estação da cidade serrana de Engenheiro Paulo de Frontin (RJ) e me lembro bem da temperatura ambiente. Pena que a fotografia não consiga passar essa sensação. Era março, mas ainda assim tava quente pra burro! O verão é uma época em que as expedições ferroviárias se tornam sacrificadas. É torturante caminhar por trilhos, dormentes e brita debaixo de sol quente, com pouca ou nenhuma sombra. Imagine trabalhar com solda nestas condições, o povo da via permanente que o diga. A última vez em que me aventurei numa estrada-de-ferro no verão, quase virei história. Os leitores desse blog devem se lembrar da Expedição ao Inferno: http://ferroviasdobrasil.blogspot.com/2009/02/expedicao-ao-inferno.html

Além disso, as chuvas comuns nessa época trazem o risco de deslizamentos e descargas elétricas, principalmente em zonas rurais com pouca ou nenhuma presença de pára-raios. Sem mencionar que ferrovias são lugares onde NÃO se deve permanecer em caso de tempestades.

Por isso fico aqui, diante do computador, entediado, esperando condições atmosféricas melhores e doido pra sentir novamente o cheiro de mato e de óleo diesel.

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Fotos aéreas

Caríssimos internautas,

Chegamos a 2010.
Primeira década do século 21.
1 ano e 6 meses deste blog.
41 anos de seu autor.

E como primeira postagem deste novo ano, eis aqui tomadas aéreas que fiz de 3 pátios ferroviários da extinta Estrada de Ferro Central do Brasil, na capital fluminense.

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Central do Brasil, edifício e plataformas (Centro) - Operacional, atualmente sob controle da Supervia (passageiros).


Marítima (Bairro Gamboa, Zona Portuária) - Desativado, atualmente um polo esportivo municipal.


Arará (Bairro Caju, Zona Portuária) - Operacional, atualmente sob controle da MRS Logística (cargas).

sábado, 26 de dezembro de 2009

Aquarela ferroviária

Enquanto estou aqui no meu quarto, sentado diante do computador, folheando um tomo da Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, vejo antigas fotos em preto-e-branco e me transporto para o interiorzão, para as montanhas cobertas de mato, para os trilhos, dormentes e a brita que machuca a sola dos pés. Inspirado pelas lembranças de minhas tantas caminhadas pelo interior do Brasil, resolvi fazer uma aquarela rápida e sem muitas pretensões, a qual compartilho com meus irmãos e irmãs-em-trilhos.
:)
Espero que curtam. E se curtirem, imprimam num papel mais grosso, no formato de um cartão postal, e enviem para as pessoas que voces gostam. É uma pequena lembrança de mim pra voces.

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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Estação Aricanduva, Apucarana (PR)

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Aspecto da estação Aricanduva em 30 de novembro de 2009, localizada no município paranaense de Apucarana, atualmente servindo de residência. Um comitê de recepção, formado por cães ruidosos, já me aguardava. O cachorro em primeiro plano se aproximou de mim latindo bastante. Fiquei parado, sem olhar diretamente para ele. O animal latiu até cansar, deitou-se e depois se afastou. Tem sido esta minha estratégia nas tantas vezes que encontrei cachorros em minhas expedições ferroviárias. Os mais agressivos geralmente ficam acorrentados. Espero continuar contando com a sorte.


Os fundos da estação, que fazia parte da extinta Rede Viação Paraná - Santa Catarina, Ramal Marques dos Reis - Maringá (Linha de Apucarana), Km 560,0. A ferrovia funciona apenas para transporte de cargas e é operada por uma concessionária privada.


Um bico-de-pena rápido, feito na hora, no improviso. De agora em diante, levo comigo um bloquinho de desenho e uma caneta especialmente adquiridos para produzir ilustrações in loco.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Tributo ao manobrador ferroviário

Quando se pensa em ferrovia, duas imagens vem a cabeça: o trem e o maquinista. Mas não podemos esquecer de outros tantos profissionais que fazem as estradas-de-ferro funcionar. Um deles é o manobrador.

Segundo definição do Ministério do Trabalho, manobradores são aqueles que "manobram veículos ferroviários e estacionam trens, acoplam e desaclopam vagões e carros, operam aparelho de mudança de via (AMV), revisam veículos ferroviários e controlam pátio de manobras". No pátio da pequena estação de Vila Montanha, em Maringá, Paraná, encontrei um destes trabalhadores, seu Waldemar.

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Aspecto atual da estação Vila Montanha, em Maringá, Paraná.


A locomotiva BB33-7MP, no pátio de manobras da estação. A mangueira localizada na frente da máquina, próximo aos dois faróis, não lembra um bigodinho no melhor estilo Salvador Dali?

Com mais de 20 anos dedicados a ferrovia, seu Waldemar aparece neste vídeo manobrando o notório Leviatã negro BB33-7MP.