Eu sou Carlos Latuff, cartunista e fã ferroviário. O propósito desta página é compartilhar com os internautas uma seleção das melhores imagens produzidas durante minhas expedições ferroviárias. Os registros aqui publicados podem ser reproduzidos pelos interessados, com tanto que para fins não-comerciais de informação, citando a fonte (por gentileza). Sou também colaborador do sítio www.estacoesferroviarias.com.br, de autoria do pesquisador Ralph Mennucci Giesbrecht, a página mais completa da Internet sobre estações ferroviárias brasileiras.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Cargueiro num cruzamento próximo a estação Paraibuna, Simão Pereira, MG

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Posto telegráfico de Telhas, Bicas, MG

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Posto telegráfico de Telhas (Linha de Caratinga, Estrada de Ferro Leopoldina), localizado numa propriedade particular na zona rural de Bicas, Minas Gerais, no início da tarde desse domingo, dia 23 de dezembro de 2012. Do posto só restaram as ruínas da plataforma. Existe também uma fonte que abastecia as locomotivas a vapor.


Além disso, uma casa de turma permanece de pé, reformada pelo atual proprietário, que adicionou coberturas de telha as janelas da fachada. Fiz um pequeno desenho no local.



Agradeço imensamente ao meu primo Francisco Costa Jr. pela companhia e ao pesquisador ferroviário Amarildo Mayrink, autor do site O Trem Expresso  e morador de Bicas, que gentilmente se ofereceu para nos levar ao lugar. Sem a ajuda de ambos, estas fotos não seríam possíveis.

Eu e Amarildo (a direita) sentados nas ruínas de Telhas. (Foto: Francisco Costa Jr.)
Aqui uma pequena lembrança para o Amarildo. Uma simples reconstituição feita na hora do que seria a chegada do trem de passageiros cruzando as montanhas rumo a Telhas.


segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Estações ferroviárias da Ferrovie dello Stato, Itália

Cá estou de volta à velha Europa, dessa vez a convite da Associazione Culturale Mirada, para participar como único convidado estrangeiro do festival de quadrinhos de realidade Komikazen  a ser realizado em Ravenna, magnífica cidade medieval ao norte da Itália. E como não podia deixar de ser, vou fotografando temas ferroviários por aqui, como faço em toda viagem.

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A imponente estação da Ferrovie dello Stato em Bolonha, na Itália.
Aspecto das plataformas da estação de Ravenna, na Itália.




segunda-feira, 1 de outubro de 2012

A moderna locomotiva de 1861

Encontrei hoje numa feira de livros no Largo da Carioca (RJ) este Recordações da Exposição Nacional de 1861 editado pela Confraria dos Amigos do Livro em 1977. Não comprei porque custa mais de 200 paus! Dentre as várias gravuras, me chamou atenção esta, cuja legenda diz:
Modelo de locomotiva, segundo o systema de Stephenson. Construída e exposta pelo Sr. Carlos Petersen. Feita no estabelecimento da Ponta d'Areia.
Não reparem na qualidade da imagem, a foto foi feita com celular.

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sábado, 8 de setembro de 2012

Estação de Praia Formosa com os dias contados

Aproveitei a manhã de sol para fazer uma rápida incursão pelo pátio de manobras da extinta estação de Praia Formosa (terminal de cargas, Estrada de Ferro Leopoldina), local que rendeu a este blog 4 postagens:

24 de janeiro de 2009 http://ferroviasdobrasil.blogspot.com.br/2009/01/estao-de-praia-formosa-rj.html
25 de janeiro de 2009 http://ferroviasdobrasil.blogspot.com.br/2009/01/ptio-de-praia-formosa-em-2003.html
20 de março de 2010 http://ferroviasdobrasil.blogspot.com.br/2010/03/urgente-locomotiva-historica-no.html
09 de novembro de 2010 http://ferroviasdobrasil.blogspot.com.br/2010/11/foto-aerea-da-antiga-estacao-de-praia.html

Quando estive lá pela última vez no final de 2010, a área estava abandonada. Vendido pela União á Prefeitura em 2012, o terreno agora é um grande canteiro de obras. Conforme anunciado na imprensa em abril desse ano, alí serão construídas instalações que abrigarão árbitros e jornalistas para os Jogos Olímpicos de 2016. O que significa dizer que tudo o que lembrava um pátio de manobras ferroviário está desaparecendo.

A missão dessa manhã foi simples e rápida. Infiltração, reconhecimento, evasão. Parte do terreno está isolado com tapumes, mas existem pontos de acesso. O local tem vigilância uniformizada. Foi driblando os guardas que consegui fazer provavelmente os últimos registros do que sobrou do pátio e da estação de Praia  Formosa.

(ATUALIZAÇÃO 11/09/2012 14:52) Falei com a jornalista Yara Lopes, da assessoria de comunicação da Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (Cdurp) que me informou o seguinte: Os vagões e a estação de Praia Formosa são de responsabilidade da Secretaria de Patrimônio da União, que é quem deverá dar destino a esses bens. Já os armazéns datados de 1918 não tem valor arquitetônico de acordo com o IPHAN, e deverão ser demolidos.

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A estação de Praia Formosa por enquanto está de pé, e ainda tem a mesma pintura branca e azul que encontrei em 2009.  
Me parece que o motivo dela não ter sido ainda demolida é porque serve de abrigo aos funcionários da obra.

Qual será o destino reservado a estes antigos armazens que no passado serviam a ferrovia?

O dístico no alto de um dos armazens traz a data de sua construção. Será que chegarão a completar mais um aniversário?
Alguns vagões ainda podem ser vistos em meio as montanhas de entulho.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Novidade! @metro_rio remove bancos para caber mais passageiros em pé

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Fiz essa foto ontem com celular, por volta das 18h, quando embarcava numa composição do metrô na estação Praça Onze rumo ao centro. Já havia reparado nisso faz tempo, mas só agora resolvi registrar. É possível notar nas composições a ausência de bancos próximo das portas. Isso me faz lembrar os ônibus que ví em Foz do Iguaçu, onde a maioria dos assentos foi removida para dar espaço a mais passageiros. Em pé, é claro (Veja AQUI). Mais passageiros, mais passagens. Lucro para as empresas, desconforto para os passageiros.

Entrei em contato com a assessoria do Metrô Rio por email e Twitter mas até a publicação dessa postagem não obtive resposta.

ATUALIZANDO: Somente hoje, dia 24 de agosto, dois dias depois dessa postagem, o Metrô Rio envia nota:

Esclarecemos que o MetrôRio retirou um banco de cada lado, não em toda a frota, mas apenas em 50 carros (vagões), para atender a demanda de espaço preferencial a cadeirantes. A sinalização dos espaços exclusivos para cadeirantes será afixada nos próximos dias. 

Atenciosamente,
SERGIO PACHECO
Relacionamento com o Cliente
MetrôRio

ATUALIZANDO 2: A internauta Jana me envia uma foto onde aparece um adesivo indicando que o espaço seria destinado a cadeirantes.

sábado, 18 de agosto de 2012

Os fantasmas do abandono

Bem, prezados fãs ferroviários, voltemos a especialidade desse blog e de seu proprietário: percorrer o interior do Brasil em busca de estações e paradas perdidas. Dessa vez, no município de Volta Grande, em Minas Gerais. Grande no nome e no fato de ser a terra natal do cineasta Humberto Mauro, porém minúsculo em tamanho. É a típica cidadezinha do interior, pacata, com igreja, coreto, idosos batendo papo na praça e gente muito, muito curiosa que presta toda a atenção a quem vem de fora. Foi o meu caso, inclusive. Enquanto fazia fotos do lugar, fui abordado por um casal querendo saber o motivo de eu estar ali fotografando. É que a cidade vive clima de eleições pra prefeito e vereador, com carros de som pra lá e pra cá, decorados com adesivos de candidatos, e eles, envolvidos na campanha eleitoral, estavam preocupados pois achavam que eu era um fiscal do TRE.

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Na praça central da tranquila Volta Grande, uma tabuleta anuncia o circo.
De acordo com o guia Ferrovias do Brasil, editado pelo IBGE em 1956, a estação ferroviária de Volta Grande fica entre duas paradas que não constavam da página Estações Ferroviárias. A primeira chamada Lambari e a segunda Pântano. Faziam parte do trecho entre Porto das Caixas (RJ) e Manhuaçu (MG), pertencente à Estrada de Ferro Leopoldina.
A estação de Volta Grande serve atualmente aos funcionários da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) .
Cheguei primeiro a Lambari, numa caminhada matinal de uns 5km. No guia do IBGE a parada consta como estando no km 273.0, sendo que sua localização real fica um pouco além do km 274, ao lado da entrada de uma pequena propriedade rural. Foram antigos moradores que me indicaram o local exato. Desta parada nada mais restou além de ruínas.
Parada Lambari, zona rural de Volta Grande, MG.
Depois de almoçar, peguei um ônibus rumo ao povoado de São Geraldo, próximo ao km 37 da rodovia MG-393, na divisa entre Volta Grande e Além Paraíba. Foi o Sr. José Monção que muito gentilmente me mostrou o lugar. Me contava que no passado, quando os trens de passageiros ainda circulavam por lá, ele costumava amarrar um lírio vermelho no poste à beira da linha como um sinal ao maquinista de que haviam passageiros para embarcar.
Sem a ajuda do Sr. José Monção seria praticamente impossível encontrar a parada  Pântano, cujos resquícios se encontram encobertos pela vegetação.
A parada chamava-se Pântano em função da fazenda do mesmo nome, que não mais existe, e em cujo terreno se encontra a capela de Nossa Senhora do Rosário do Pântano, erguida pelos antigos proprietários entre 1876 e 1879, e que se encontra abandonada, depredada, à espera do desabamento. Situação semelhante eu encontrei em 2009 quando investigava as ruínas da estação Casal em Vassouras (Veja AQUI).
Reza a lenda de que o lugar, onde havia um cemitério de ex-escravos, é mal-assombrado. Moradores dizem ouvir à noite animadas conversas vindo de dentro da capela vazia.
Nos fundos de uma residência próxima, encontrei esta lápide, retirada do terreno da capela e que indica a existência de um cemitério.  Nela consta a inscrição: "Uma lágrima sobre as sepulturas dos ex-escravos da fazenda do Pântano, 1889".
O altar da capela. Falta pouco para tudo isso desaparecer de vez.
Consta que a capela é mal-assombrada. Moradores dizem ouvir vozes em seu interior à noite. Quanto a isso, nada posso dizer. Estive lá durante o dia, não encontrei fantasmas e sim um patrimônio saqueado, destruído pela ação do tempo, de vândalos e de um país que pouco se importa com a preservação de sua história.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Pelo menos por enquanto a estação de Porto Novo não vai abaixo!

Nesta quarta e quinta-feira, estive na cidade mineira de Além Paraíba, ponto-base para uma investigação ferroviária que fiz no município de Volta Grande, também em Minas (em breve relato e fotos). Aproveitei para visitar a imponente estação ferroviária de Porto Novo, cujos torreões estavam prestes a desabar.

Para minha satisfação, eu a encontrei ao menos escorada por estruturas metálicas e um banner do governo federal dando conta de que se tratava de uma medida de "salvamento e paralisação do processo de ruína" e que custará quase 900 mil reais. Resta saber se esse investimento incluirá também a restauração desse importante patrimônio histórico brasileiro.

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sábado, 23 de junho de 2012

Trem turístico da Chemin de Fer de la Baie de Somme, norte da França

Queridos fãs ferroviários, me perdoem pela demora. Minha ultima postagem neste blog foi há 7 meses. Tenho estado, como sempre, cada vez mais envolvido com charges, e com pouco tempo para aventuras ferroviárias. Mas sempre que me é possível, aproveito a oportunidade para visitar ferrovias, seja no Brasil ou no exterior. A última expedição foi ao interior da Paraiba (veja AQUI) e agora faremos um rápido passeio a zona rural da França, a bordo de uma locomotiva à vapor Corpet-Louvet n°15 (La Marron) datada de 1925, pertencente a Chemin de Fer de la Baie de Somme. Na próxima postagem, subirei algumas fotografias.
A vaporosa no virador da estação de Saint-Valéry-sur-Somme (Clique para ampliar)
Estive naquele país europeu a convite de Olivia Zémor, uma das fundadoras da CAPJPO-Europalestine, organização de solidariedade com a Palestina, que promoveu uma exposição de minhas charges e um bate papo com os presentes.

A viagem agradável leva em torno de 1 hora, custa em torno de 12 euros, sái de Saint-Valéry-sur-Somme, dá uma paradinha em Noyelles-sur-Mer e segue até Le Crotoy, circundando a Baía de Somme, região ao norte da França. A ferrovia tem uma página, http://www.cfbs.eu, e eu indico esse passeio bucólico. O vídeo não faz jus a paisagem, é apenas uma lembrança que divido com voces.