Ontem, dia 29 de outubro, parti para uma expedição ferroviária relâmpago, saindo de casa às 5 da manhã e regressando no mesmo dia quase à meia-noite. Foram ao todo 16 ônibus que tive de pegar para investigar oito pontos no trecho entre Petrópolis e Areal, da antiga Leopoldina Railway, a saber:
- Correas (Parada)
- Bonsucesso (Parada)
- Itaipava (Estação)
- Dr. Nilo (Parada)
- Pedro do Rio (Estação)
- Granja (Parada)
- Cedro (Posto telegráfico)
- Areal (Estação)
(Mapa do IBGE, 1956)
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PARADA CORREAS
No centro de Correas, onde existe um edifício de apartamentos e um banco, e que no passado era apenas um descampado, ficava a parada de trem. A localização destes pontos só é possível através de informações colhidas com moradores antigos da região, e para os quais a memória da maria-fumaça continua viva.
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Casa de turma, atualmente servindo de residência. No alto da porta lê-se a data de 29 de abril de 1919.
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PARADA BONSUCESSO
Essa parada não consta da relação do IBGE de 1956, talvez por ter sido criada posteriormente. Pelo que pude apurar com a vizinhança local, o trem que parava diante dessa casa de turma não servia a passageiros e sim ao Sr. Claércio, chefe da equipe de manutenção da via permamente. A casa está de pé e atualmente serve de residência para sua filha.
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Logo adiante havia um pontilhão por onde o trem atravessava o rio Piabanha. Dele só restam as bases de pedra.
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ESTAÇÃO ITAIPAVA
A estação de Itaipava e a praça São Jorge podem ser vistas nesta foto datada de 1979, de autoria de Tereza Serpa, gentilmente cedida pela sua sobrinha, a Sra. Lúcia, que em seus quase 80 anos, foi quem me informou sua localização aproximada.
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Nada sobrou da estação de Itaipava além de fotos e lembranças de seus moradores. Nem ruínas, nem vestígios, nada. Tudo foi para sempre sepultado pelo escuro asfalto do progresso rodoviarista da BR-040. Essa foto mostra a localização aproximada, junto à rodovia e uma operadora de telefonia.
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PARADA DR. NILO
Dessa parada nada mais existe, e sua localização me foi confirmada pelo Sr. Acácio. Ele mais do que ninguém poderia me garantir a exatidão do local, já que nos idos dos anos 60, o desabamento daquela parada matou seu pai, o Sr. João Nunes, que alí buscava abrigo durante uma temprestade. Na foto, a porteira marca o lugar por onde passava a linha, ao largo de uma mansão em forma de castelo, que hoje é alugada para eventos de extrema relevância cultural como bailes funk cariocas.
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ESTAÇÃO PEDRO DO RIO
Em meio a todo esse quadro de desolação, ao menos um refrigério em ver que a estação de Pedro do Rio não só está de pé e preservada, como também serve a comunidade como sede do Centro Cultural Celina de Oliveira Barbosa.
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PARADA GRANJA
Um ex-ferroviário com quem conversei contou-me que próximo à essa parada havia uma granja chamada Barreto, daí o origem do nome. No bambuzal à direita era sua localização. Nem a parada e nem a granja sobreviveram à construção da BR-040.
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POSTO TELEGRÁFICO CEDRO
Esse mesmo ferroviário, cujo o nome eu simplesmente esqueci de anotar (me perdoem), me disse que o posto telegráfico de Cedro ficava onde hoje se encontra um dos pedágios da BR-040.
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Mais adiante desse pedágio, bem à margem da rodovia, existe a boca de um túnel ferroviário, bloqueado com rochas imensas.
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ESTAÇÃO AREAL
O nome da estação de Areal deveria ter sido trocado para "Abandono". A construção que resiste ao tempo mas sucumbe à negligência governamental, está em péssimas condições de conservação, servindo de lixeira para moradores igualmente negligentes. O prefeito reeleito de Areal, Laerte Calil de Freitas (PP), vem prometendo restaurar a estação...
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Diante da Prefeitura Municipal de Areal, está o esqueleto de uma ponte ferroviária, que se ergue sobre o rio Piabanha.
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quinta-feira, 30 de outubro de 2008
sábado, 25 de outubro de 2008
De metrô até a África!
Na tarde dessa sábado, ao embarcar numa composição do metrô do Rio de Janeiro, fui surpreendido com uma decoração que simulava uma desolada paisagem africana.
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Imagens e textos foram adesivados no interior da composição, incluíndo o piso, dando uma aparência de terreno árido e pedregoso.
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A parte externa da composição tambem foi adesivada, com mensagens como "O número de infectados por minuto pela malária no mundo não caberia nesse vagão".
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A criativa peça publicitária visa promover uma exposição da organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras na estação da Carioca, que pode ser vista até o final de outubro, de segunda a sexta, das 8 às 20 horas, aos sábados e domingos, das 10 às 17 horas, com entrada franca.
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Imagens e textos foram adesivados no interior da composição, incluíndo o piso, dando uma aparência de terreno árido e pedregoso.
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A parte externa da composição tambem foi adesivada, com mensagens como "O número de infectados por minuto pela malária no mundo não caberia nesse vagão".
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A criativa peça publicitária visa promover uma exposição da organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras na estação da Carioca, que pode ser vista até o final de outubro, de segunda a sexta, das 8 às 20 horas, aos sábados e domingos, das 10 às 17 horas, com entrada franca.
Estação de Jataizinho, PR
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Ao me aproximar desta estação, localizada no município de Jataizinho, em Londrina, Paraná, me deparei com uma situação inédita em todos meus anos de expedições ferroviárias.
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Havia alí uma cadela, de nome "Dolly", mantida numa corrente que deslizava por um arame preso ao piso da plataforma, que permitia ao animal caminhar de um extremo a outro da estação. Dolly era mantida alí afim de impedir que materiais e equipamentos de manutenção da via permamente fossem roubados. Ferroviários com quem conversei me alertaram para não confiar na aparente docilidade do bicho.
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Uma forma da América Latina Logística, concessionária de transporte ferroviário que opera aquele trecho, de economizar alguns tostões com agentes de segurança. Afinal de contas, o que seria melhor para uma empresa privada do que um funcionário que não reclama das condições de trabalho, não reivindica direitos trabalhistas e ainda recebe ração como salário?
Ao me aproximar desta estação, localizada no município de Jataizinho, em Londrina, Paraná, me deparei com uma situação inédita em todos meus anos de expedições ferroviárias.
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Havia alí uma cadela, de nome "Dolly", mantida numa corrente que deslizava por um arame preso ao piso da plataforma, que permitia ao animal caminhar de um extremo a outro da estação. Dolly era mantida alí afim de impedir que materiais e equipamentos de manutenção da via permamente fossem roubados. Ferroviários com quem conversei me alertaram para não confiar na aparente docilidade do bicho.
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Uma forma da América Latina Logística, concessionária de transporte ferroviário que opera aquele trecho, de economizar alguns tostões com agentes de segurança. Afinal de contas, o que seria melhor para uma empresa privada do que um funcionário que não reclama das condições de trabalho, não reivindica direitos trabalhistas e ainda recebe ração como salário?
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Pátio de manobras da atual estação ferroviária de Londrina, PR (parte 2)
Manobrador opera chave de mudança de via no pátio da estação (nova) de Londrina (PR). Ao fundo, silos armazenadores de grãos de uma empresa de alimentos.
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Conforme o sol se punha, a iluminação do ocaso conferia tons dourados aquele pátio de manobras, fazendo com que operários parecessem caminhar por sobre trilhos de luz.
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Onde a maioria das pessoas só consegue ver trens e trilhos, o fotógrafo ferroviário percebe a beleza e a poesia das formas.
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Conforme o sol se punha, a iluminação do ocaso conferia tons dourados aquele pátio de manobras, fazendo com que operários parecessem caminhar por sobre trilhos de luz.
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Onde a maioria das pessoas só consegue ver trens e trilhos, o fotógrafo ferroviário percebe a beleza e a poesia das formas.
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domingo, 12 de outubro de 2008
Pátio de manobras da atual estação ferroviária de Londrina, PR
Trem cargueiro manobrando no imenso pátio da estação (nova) de Londrina, Paraná, pertencente à uma concessionária de transporte ferroviário.
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Diante de uma locomotiva parada, e sob o olhar atento do manobrador, esta família atravessa o pátio de manobras. Diferente do que aconteceu em Santos Dumont (MG), onde o pedestre imprudente arriscou a vida ao desafiar um trem em movimento (veja aqui).
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Diante de uma locomotiva parada, e sob o olhar atento do manobrador, esta família atravessa o pátio de manobras. Diferente do que aconteceu em Santos Dumont (MG), onde o pedestre imprudente arriscou a vida ao desafiar um trem em movimento (veja aqui).
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sábado, 4 de outubro de 2008
Antiga estação de Londrina, PR
A potentosa estação ferroviária de Londrina (cuja construção durou de 1946 a 1949), traz em suas linhas a arquitetura da velha Inglaterra e abriga, desde 10 de dezembro de 1986, o Museu Histórico Pe. Carlos Weiss. Conta com um acervo permanente que traça a história da colonização inglesa de Londrina, além de material reminiscente da ferrovia que por alí passava.
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Logo na entrada, onde se localiza uma bilheteria circular feita de madeira, uma coleção de antigos relógios ferroviários exposta na parede. Fotografei o meu favorito, que tem a cara daquelas repartições públicas do passado (ainda com a plaquinha de patrimônio da RFFSA).
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Na parte externa da estação, junto à plataforma, a logomarca em alto relevo da Rede de Viação Paraná-Santa Catarina.
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Em frente à extensa plataforma da estação, encontram-se estacionados dois carros de passageiros feitos de madeira (primeira e segunda classe).
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Se por fora parecem até bem cuidados, o mesmo não se pode dizer de seu interior, como se pode ver nesta imagem de dentro da segunda classe.
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No detalhe, o único passageiro que não parece incomodado com as acomodações.
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Logo na entrada, onde se localiza uma bilheteria circular feita de madeira, uma coleção de antigos relógios ferroviários exposta na parede. Fotografei o meu favorito, que tem a cara daquelas repartições públicas do passado (ainda com a plaquinha de patrimônio da RFFSA).
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Na parte externa da estação, junto à plataforma, a logomarca em alto relevo da Rede de Viação Paraná-Santa Catarina.
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Em frente à extensa plataforma da estação, encontram-se estacionados dois carros de passageiros feitos de madeira (primeira e segunda classe).
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Se por fora parecem até bem cuidados, o mesmo não se pode dizer de seu interior, como se pode ver nesta imagem de dentro da segunda classe.
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No detalhe, o único passageiro que não parece incomodado com as acomodações.
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sexta-feira, 3 de outubro de 2008
Locomotiva a vapor, Londrina, PR
Esta antiga vaporosa está exposta em Londrina, Paraná, junto à Praça do Centenário da Imigração Japonesa Tomi Nakagawa. De acordo com uma placa erguida no local, trata-se de uma locomotiva de manobras (tanque 0-6-0), fabricada na Bélgica em 1905, sob o número de série 01971, sendo adquirida pela Compagnie Genérale de Chemins de Fer Brésiliens/Estrada de Ferro do Paraná. Apesar de sua importância inconstestável para a história paranaense e brasileira, esta locomotiva exibe as cicatrizes do vandalismo.
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As marcas do fabricante estão em duas belas placas fixadas nas laterais da máquina. Pude verificar que já tentaram arrancar uma delas com algum tipo de instrumento.
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Além disso, pintada em ambos os lados da locomotiva, está a logomarca da extinta Rede de Viação Paraná-Santa Catarina, ferrovia criada por decreto-lei em 8 de março de 1940, que incorporou ao patrimônio da União toda a rede Paraná-Santa Catarina.
(Fonte: I Centenário das Ferrovias Brasileiras, IBGE, 1954)
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As marcas do fabricante estão em duas belas placas fixadas nas laterais da máquina. Pude verificar que já tentaram arrancar uma delas com algum tipo de instrumento.
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Além disso, pintada em ambos os lados da locomotiva, está a logomarca da extinta Rede de Viação Paraná-Santa Catarina, ferrovia criada por decreto-lei em 8 de março de 1940, que incorporou ao patrimônio da União toda a rede Paraná-Santa Catarina.
(Fonte: I Centenário das Ferrovias Brasileiras, IBGE, 1954)
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