Eu sou Carlos Latuff, cartunista e fã ferroviário. O propósito desta página é compartilhar com os internautas uma seleção das melhores imagens produzidas durante minhas expedições ferroviárias. Os registros aqui publicados podem ser reproduzidos pelos interessados, com tanto que para fins não-comerciais de informação, citando a fonte (por gentileza). Sou também colaborador do sítio www.estacoesferroviarias.com.br, de autoria do pesquisador Ralph Mennucci Giesbrecht, a página mais completa da Internet sobre estações ferroviárias brasileiras.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Bons ventos vindos de Londrina!

Christian Steagall-Condé, arquiteto e fã ferroviário, nos traz boas notícias vindas do norte do Paraná.
Aproveite para visitar as páginas do Chris:
http://LondonCallingz.blogspot.com
http://Allfe.blogspot.com

MARIA FUMAÇA FOI ATRAÇÃO DURANTE ANOS NO PARQUE DA UVA E AGORA ESTÁ NA CIDADE DE LONDRINA

Patrícia Baptista - Jornal de Jundiaí

No dia 2 de março do ano passado, o JJ Regional publicou uma reportagem especial intitulada "A saga da Maria que quase virou fumaça", para contar que a locomotiva que ficava exposta como atração turística no Parque da Uva, em tempos mais antigos, e cujo destino ninguém da cidade conhecia, havia sido doada ao Museu Histórico de Londrina (PR). A reportagem também informava que havia um projeto para o restauro dela, mas sem data prevista.

Agora, o JJ Regional recebe a notícia de que, até 2010, a locomotiva estará restaurada e poderá ser visitada, na cidade paranaense. A nova informação foi dada pelo arquiteto Christian Steagall-Condé , arquiteto contratado pelo museu londrinense e que será responsável pelo restauro. "A Universidade Estadual de Londrina autorizou o traslado da locomotiva do campus, onde se encontrava estacionada e protegida, para uma doca seca com trilhos nos antigos galpões do IBC, o Instituto Brasileiro do Café", afirma. "No local, será dado início ao seu restauro superficial, para exibição estática, com entrega prevista para julho de 2010", completa.

O arquiteto defende o mínimo de intervenções físicas nas estruturas da locomotiva para permitir, inclusive, o seu restauro integral no futuro. "A idéia é trazer a Baldwin 840 de volta à vida, com caldeira, fornalha, areia, lenha e água, exatamente como foi fabricada, há exatos 99 anos, na cidade norte-americana de Philadelphia" , explica o arquiteto. Esse projeto maior, no entanto, terá que ficar para uma próxima etapa, já que será mais caro e demorado. "Vamos dar entrada nesse projeto de restauro completo, mas pleiteando algo para 2012", afirma.

Quando estiver concluída a primeira fase de restauro (chamado restauro cênico, para exibição estática, com caldeiras frias e fornalha apagada), a locomotiva ficará exposta no Museu Histórico de Londrina, que fica na sede da antiga Estação Ferroviária do município. "O trem estará aberto à visitação e engatado a dois raríssimos carros clássicos belgas feitos de madeira-de-lei brasileira, doados por Curitiba", diz o arquiteto. "O município de Londrina se compromete à manter os jundiaienses informados e atualizados sobre esse belo e raro patrimônio ferroviário, em agradecimento pela doação feita", acrescenta.

O achado - A reportagem publicada no ano passado demandou cerca de três semanas de trabalho pois, apesar de a locomotiva ter sido atração turística no Parque da Uva por muitos anos, não havia informação sobre seu paradeiro na cidade. O JJ Regional consultou, na época, os museus jundiaienses, a Prefeitura e pessoas que eram ou haviam sido ligadas à cultura da cidade. Até que um dia, o funcionário do museu da Companhia Paulista, Carlos Tonielo, lembrou que a relíquia havia sido levada para Campinas.

A reportagem, então, contatou a ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária), de Campinas, que não sabia dar informações, mas indicou o seu conselheiro, Ivo Arias, como fonte. Arias informou que a locomotiva havia sido levada a Londrina.

O Museu Histórico Cultural dessa cidade, no entanto, também não tinha certeza se a locomotiva era mesmo a de Jundiaí, mas enviou fotos que, posteriormente comparadas a informações obtidas por Carlos Tonielo (junto a seu amigo Evanir Barbosa), confirmaram que a relíquia jundiaiense estava no Paraná, aguardando os projetos para ganhar vida nova. De Jundiaí, ela foi retirada, no final da década de 90, principalmente pelo fato de ter virado, segundo a Prefeitura, "local usado por vândalos".


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