Na manhã e tarde chuvosas dessa sexta-feira, dia 14 de novembro, percorri a pé os 13 km do trecho da Linha Auxiliar da extinta Estrada de Ferro Central do Brasil (EFCB) entre Rocha Sobrinho (Mesquita) e Aíva (Nova Iguaçu) na Baixada Fluminense (RJ), afim de verificar quais pontos de parada ainda existiam. De acordo com o guia Ferrovias do Brasil, editado pelo IBGE em 1956, eram estes:
- Rocha Sobrinho (estação)
- Jacutinga (parada)
- Prata (parada)
- Andrade de Araújo (estação)
- Caioabá (parada)
- Ambaí (parada)
- Engenheiro Rocha Freire (estação)
- Aíva (parada)
Eu confesso que as incursões pela Baixada sempre me deixam um tanto deprimido. A região tem sido ao longo dos anos expoliada por verdadeiros feudos de políticos safados que tem alí uma fonte inesgotável de votos. Basta uma volta pelos bairros mais afastados para comprovar as condições de vida daquela população, a grande maioria de gente humilde, que ao sair de casa em dias de chuva tem de usar sacos plásticos nos pés pra não se sujar de lama. Sem falar nos temporais que muitas vezes levam a lama pra DENTRO das casas. Ruas sem calçamento, esgoto a céu aberto, lixo, são elementos comuns daquela paisagem, infelizmente.
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Quando estive na estação de Rocha Sobrinho em 2003, fui informado pelos funcionários da concessionária que opera o trecho de que dalí até Japeri tudo fora demolido. Eles não estavam de todo errados. Alguma coisa aqui e alí ainda pode ser vista, mas não sem ajuda de moradores das redondezas, especialmente os mais antigos, como é o caso do Sr. Tércio, que trabalhou na ferrovia de 1957 até 1988, e que encontrei no bairro Prata, em Nova Iguaçu. Ele me disse que quando no passado houve alí obras de expansão da bitola, muita coisa foi destruída. São dele as seguintes informações.
JACUTINGA - No local indicado pelo Sr. Tércio, onde antes ficava a parada hoje nem sequer vestígios existem.
PRATA - Demolida, sobraram apenas casas de turma, atualmente servindo de residências e um pequeno salão de cabeleireiro.
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ANDRADE DE ARAÚJO - Pelo que me disse o velho ferroviário, a estação era feita de madeira, pinho de riga. Desapareceu. Restou apenas um posto telegráfico, que serve de moradia.
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Daí pra frente, tive que me virar sozinho. Em Caioabá um morador me levou até o local onde seria a localização aproximada da parada. Sem vestígios.
Em Ambaí encontrei uma casa, que de acordo com moradores servia de guarita. Disseram haver alí um desvio que seguia rumo ao bairro Miguel Couto, em Nova Iguaçu. A construção ficou por muito tempo abandonada. Atualmente é residência de uma família.
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Encontrei também um poste metálico semelhante ao que ví na estação de Triagem, subúrbio carioca.
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No bairro Santa Rita, um idoso levando uma gaiola de passarinho na mão, me conduziu até o local onde seríam as ruínas da estação Engenheiro Rocha Freire.
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Em Aíva, próximo da linha e diante de uma estação de energia da Light, encontrei duas estruturas de concreto, uma próxima da outra (vistas aqui numa imagem de satélite), que poderíam sugerir uma plataforma. Mas se olharmos mais de perto veremos itens estranhos a uma parada ferroviária como por exemplo argolas de metal presas em sua superfície. Requer uma avaliação mais detida.
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sábado, 15 de novembro de 2008
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