Eu sou Carlos Latuff, cartunista e fã ferroviário. O propósito desta página é compartilhar com os internautas uma seleção das melhores imagens produzidas durante minhas expedições ferroviárias. Os registros aqui publicados podem ser reproduzidos pelos interessados, com tanto que para fins não-comerciais de informação, citando a fonte (por gentileza). Sou também colaborador do sítio www.estacoesferroviarias.com.br, de autoria do pesquisador Ralph Mennucci Giesbrecht, a página mais completa da Internet sobre estações ferroviárias brasileiras.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Novidade! @metro_rio remove bancos para caber mais passageiros em pé

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Fiz essa foto ontem com celular, por volta das 18h, quando embarcava numa composição do metrô na estação Praça Onze rumo ao centro. Já havia reparado nisso faz tempo, mas só agora resolvi registrar. É possível notar nas composições a ausência de bancos próximo das portas. Isso me faz lembrar os ônibus que ví em Foz do Iguaçu, onde a maioria dos assentos foi removida para dar espaço a mais passageiros. Em pé, é claro (Veja AQUI). Mais passageiros, mais passagens. Lucro para as empresas, desconforto para os passageiros.

Entrei em contato com a assessoria do Metrô Rio por email e Twitter mas até a publicação dessa postagem não obtive resposta.

ATUALIZANDO: Somente hoje, dia 24 de agosto, dois dias depois dessa postagem, o Metrô Rio envia nota:

Esclarecemos que o MetrôRio retirou um banco de cada lado, não em toda a frota, mas apenas em 50 carros (vagões), para atender a demanda de espaço preferencial a cadeirantes. A sinalização dos espaços exclusivos para cadeirantes será afixada nos próximos dias. 

Atenciosamente,
SERGIO PACHECO
Relacionamento com o Cliente
MetrôRio

ATUALIZANDO 2: A internauta Jana me envia uma foto onde aparece um adesivo indicando que o espaço seria destinado a cadeirantes.

sábado, 18 de agosto de 2012

Os fantasmas do abandono

Bem, prezados fãs ferroviários, voltemos a especialidade desse blog e de seu proprietário: percorrer o interior do Brasil em busca de estações e paradas perdidas. Dessa vez, no município de Volta Grande, em Minas Gerais. Grande no nome e no fato de ser a terra natal do cineasta Humberto Mauro, porém minúsculo em tamanho. É a típica cidadezinha do interior, pacata, com igreja, coreto, idosos batendo papo na praça e gente muito, muito curiosa que presta toda a atenção a quem vem de fora. Foi o meu caso, inclusive. Enquanto fazia fotos do lugar, fui abordado por um casal querendo saber o motivo de eu estar ali fotografando. É que a cidade vive clima de eleições pra prefeito e vereador, com carros de som pra lá e pra cá, decorados com adesivos de candidatos, e eles, envolvidos na campanha eleitoral, estavam preocupados pois achavam que eu era um fiscal do TRE.

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Na praça central da tranquila Volta Grande, uma tabuleta anuncia o circo.
De acordo com o guia Ferrovias do Brasil, editado pelo IBGE em 1956, a estação ferroviária de Volta Grande fica entre duas paradas que não constavam da página Estações Ferroviárias. A primeira chamada Lambari e a segunda Pântano. Faziam parte do trecho entre Porto das Caixas (RJ) e Manhuaçu (MG), pertencente à Estrada de Ferro Leopoldina.
A estação de Volta Grande serve atualmente aos funcionários da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) .
Cheguei primeiro a Lambari, numa caminhada matinal de uns 5km. No guia do IBGE a parada consta como estando no km 273.0, sendo que sua localização real fica um pouco além do km 274, ao lado da entrada de uma pequena propriedade rural. Foram antigos moradores que me indicaram o local exato. Desta parada nada mais restou além de ruínas.
Parada Lambari, zona rural de Volta Grande, MG.
Depois de almoçar, peguei um ônibus rumo ao povoado de São Geraldo, próximo ao km 37 da rodovia MG-393, na divisa entre Volta Grande e Além Paraíba. Foi o Sr. José Monção que muito gentilmente me mostrou o lugar. Me contava que no passado, quando os trens de passageiros ainda circulavam por lá, ele costumava amarrar um lírio vermelho no poste à beira da linha como um sinal ao maquinista de que haviam passageiros para embarcar.
Sem a ajuda do Sr. José Monção seria praticamente impossível encontrar a parada  Pântano, cujos resquícios se encontram encobertos pela vegetação.
A parada chamava-se Pântano em função da fazenda do mesmo nome, que não mais existe, e em cujo terreno se encontra a capela de Nossa Senhora do Rosário do Pântano, erguida pelos antigos proprietários entre 1876 e 1879, e que se encontra abandonada, depredada, à espera do desabamento. Situação semelhante eu encontrei em 2009 quando investigava as ruínas da estação Casal em Vassouras (Veja AQUI).
Reza a lenda de que o lugar, onde havia um cemitério de ex-escravos, é mal-assombrado. Moradores dizem ouvir à noite animadas conversas vindo de dentro da capela vazia.
Nos fundos de uma residência próxima, encontrei esta lápide, retirada do terreno da capela e que indica a existência de um cemitério.  Nela consta a inscrição: "Uma lágrima sobre as sepulturas dos ex-escravos da fazenda do Pântano, 1889".
O altar da capela. Falta pouco para tudo isso desaparecer de vez.
Consta que a capela é mal-assombrada. Moradores dizem ouvir vozes em seu interior à noite. Quanto a isso, nada posso dizer. Estive lá durante o dia, não encontrei fantasmas e sim um patrimônio saqueado, destruído pela ação do tempo, de vândalos e de um país que pouco se importa com a preservação de sua história.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Pelo menos por enquanto a estação de Porto Novo não vai abaixo!

Nesta quarta e quinta-feira, estive na cidade mineira de Além Paraíba, ponto-base para uma investigação ferroviária que fiz no município de Volta Grande, também em Minas (em breve relato e fotos). Aproveitei para visitar a imponente estação ferroviária de Porto Novo, cujos torreões estavam prestes a desabar.

Para minha satisfação, eu a encontrei ao menos escorada por estruturas metálicas e um banner do governo federal dando conta de que se tratava de uma medida de "salvamento e paralisação do processo de ruína" e que custará quase 900 mil reais. Resta saber se esse investimento incluirá também a restauração desse importante patrimônio histórico brasileiro.

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