Eu sou Carlos Latuff, cartunista e fã ferroviário. O propósito desta página é compartilhar com os internautas uma seleção das melhores imagens produzidas durante minhas expedições ferroviárias. Os registros aqui publicados podem ser reproduzidos pelos interessados, com tanto que para fins não-comerciais de informação, citando a fonte (por gentileza). Sou também colaborador do sítio www.estacoesferroviarias.com.br, de autoria do pesquisador Ralph Mennucci Giesbrecht, a página mais completa da Internet sobre estações ferroviárias brasileiras.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

"Neste local Renata e Brenda foram assassinadas"

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Esse aviso lembra aos pedestres que cruzam a passagem de nível da estação ferroviária de Cambé, no interior do Paraná, o drama que recentemente marcou a cidade e seus habitantes. A ferrovia, como muitas pelo interior do Brasil, passa por dentro de Cambé e o pátio de manobras da estação localiza-se bem no centro da cidade, sem qualquer cerca, muro ou passarela. O trajeto para o Colégio Olavo Bilac onde Renata Clemente Viana (11 anos) e Brenda Rafaela Rossi Estabele (12 anos) estudavam é cortado pela ferrovia, e frequentemente a passagem é bloqueada pelos trens. No dia 3 de novembro de 2009, quando as duas jovens tentavam pular as composições rumo a escola, foram surpreendidas por um movimento brusco do trem, sendo atropeladas e mortas.

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Na passagem de nível da estação de Cambé, pedestres apertam o passo ao ver a aproximação do trem.


O trânsito de veículos e pedestres é constantemente suspenso por composições em manobras.

Diante dessa tragédia, a prefeitura se apressou em iniciar as obras de uma passagem subterrânea, há muito prometida e só agora desengavetada, mas a comunidade, que revoltada protestou em passeata pelas ruas de Cambé, quer mesmo é a remoção da ferrovia do perímetro urbano.

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Uma faixa de protesto dos moradores da região foi extendida na estação de Cambé.

Com o desprezo comum as concessionárias de serviço ferroviário, a América Latina Logística não se preocupou em procurar as famílias das vítimas. Nesse vídeo produzido por mim, em companhia do professor da Universidade Estadual de Londrina, Rozinaldo Antonio Miani, o pai de Renata, Josué Dutra, revela não ter recebido da ALL "nem mesmo os pêsames".

Um comentário:

Gustavo Batista disse...

eu conheci a Renata ela era minha amigona moraava na minha rua e todo dia nós brincarvamos