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Hoje completam-se 7 anos de minha primeira viagem pela Estrada de Ferro Vitória a Minas. Me lembro bem de quando cheguei na estação ferroviária em Belo Horizonte vindo do Rio, de manhã bem cedo, na companhia da amiga Luciane Ribeiro. Chovia muito, sem parar. Minas Gerais sofria com as tempestades de verão. Mas como eu e Luciane já havíamos combinado esse passeio há algum tempo, decidimos encarar a aventura mesmo com chuva. Era nossa primeira viagem de longo percurso a bordo de um trem, e estávamos entusiasmados.
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Era pra ser uma viagem tranquila, se não fosse pela água que não cessava de cair do céus. Os barrancos ao longo da linha desmanchavam feito paçoca. Havia o risco das composições serem atingidas pelos desmoronamentos. Durante o percurso, o chefe do trem, pelo auto-falante, numa tentativa de acalmar os passageiros, pediu a todos paciência e que rezassem para que chegássemos sãos e salvos ao destino. Aquilo me soou quase como uma extrema unção, mas enfim...
Por algumas vezes o trem foi obrigado a parar, seja por uma encosta que desabou bem a nossa frente, seja pelo nível da água que em alguns trechos já alcançava os trilhos. Quando passávamos pelos gigantescos viadutos, era possível ver a fúria da correnteza explodindo em seus pilares. No horizonte, residências humildes praticamente engolidas pela água barrenta.
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O trajeto inteiro foi feito debaixo de chuva, ora fraca, ora forte, mas sempre constante. Momentos de tédio com a composição parada, momentos de contemplação ao observar a paisagem em movimento pela janela. A despeito do frio na espinha, curtí bastante a viagem. Chegamos em Vitória no começo da madrugada, com várias horas de atraso. Sãos e salvos. As preces do chefe do trem foram atendidas enfim.
domingo, 17 de janeiro de 2010
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