Eu sou Carlos Latuff, cartunista e fã ferroviário. O propósito desta página é compartilhar com os internautas uma seleção das melhores imagens produzidas durante minhas expedições ferroviárias. Os registros aqui publicados podem ser reproduzidos pelos interessados, com tanto que para fins não-comerciais de informação, citando a fonte (por gentileza). Sou também colaborador do sítio www.estacoesferroviarias.com.br, de autoria do pesquisador Ralph Mennucci Giesbrecht, a página mais completa da Internet sobre estações ferroviárias brasileiras.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Estação de Taboca, Bariri (SP)

Como vimos na postagem anterior (aqui) depois do almoço com o professor Henrique Perazzi de Bauru e Renato Dias chefe do setor de cultura da Prefeitura de Bariri, fomos de carro na companhia do Seu João, o motorista, em busca da parada de Taboca. Seguindo pela estrada que liga Bariri a Bocaina, encontramos uma placa que indicava a localidade. Percorremos um bom trecho de estrada de terra e não achamos nem sinal de qualquer coisa que lembrasse uma ferrovia. Trabalhadores rurais num trator nos informaram de que a pessoa mais indicada para nos ajudar seria o administrador da Fazenda Santa Helena, o Sr. Altivo Goldoni. Fomos então procurar por ele, isso já de volta à rodovia, indo para Bocaina. Chegando na fazenda, um dos empregados nos disse que ele não estava. Tentamos ligar para seu celular, que não atendeu. Este mesmo funcionário subiu numa moto e foi chamá-lo. Voltou logo depois e pediu que o esperássemos. Não demorou para que o Sr. Altivo chegasse numa caminhonete preta. Meio desconfiado, nos recebeu. Pedimos a ele que nos explicasse como chegar até parada Taboca. Ele até tentou explicar, mas ficou claro pra nós que era mais fácil levá-lo conosco até lá.

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Voltamos pela rodovia e entramos num acesso sem qualquer sinalização, só mesmo o Seu Altivo conseguiria identificar. Percorremos um trecho de terra roxa em meio a vastos canaviais e lá estava o ponto exato de Taboca, onde Seu Altivo disse ter havido uma estação e também a Fazendo Primavera, com lavoura de café, cocheiras, casas de empregados e uma igreja. A informação procede, como indica esse convite para uma festa religiosa em Taboca, datado de fevereiro de 1933, gentilmente enviado pelo pesquisador Walmir Furlaneto.

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A estação servia as fazendas de café da região e também a passageiros. Quando a Fazenda Primavera foi vendida para usineiros do poderoso Grupo Atala, a providência dos novos donos foi botar tudo abaixo e plantar cana-de-açucar, uma atitude que demonstra bem a truculência do agribusiness.

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O Prof. Henrique em sua página Mafuá do HPA fez uma descrição pormenorizada e ilustrada do que ele mesmo chama de "Saga em busca da estação de Taboca" (veja aqui).

Deixo aqui registrado meu sincero agradecimento a Renato Dias por ter nos possibilitado essa expedição, bem como o Sr. Altivo Goldoni cuja assistência foi imprescindível para a localização das ruínas de Taboca. Mas a expedição não terminou aqui. Nossa próxima parada foi a cidade vizinha, Bocaina (veja aqui).

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